quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Conselhos Federais estão mudos com a corrupção


Esse episódio do “Mais Médicos” traz à baila a atuação dos conselhos profissionais em nosso país. Não nos pareceu muito lógica a abertura do “mercado” brasileiro para os cubanos, posto, pelo que demonstra o último cadastro efetuado pelo governo Federal, que há médicos sobrando no país para ocuparem essas vagas. Médicos formados aqui mesmo e que, ao se cadastrarem, desmontam a narrativa, a qual sempre andou de muletas, capenga que é, de que os médicos brasileiros não querem ir para o interior, morando onde Judas perdeu as botas, lá nos cafundós.
Ora, para que serve um Conselho Profissional que encampa o discurso do governo à época para facilitar a falcatrua do acordo lesa-pátria com Cuba? Que país no mundo aceita profissionais de saúde trabalhando regularmente em seu território sem comprovação de formação? Que entidade voltada para a proteção do exercício profissional aceitaria tão gentilmente a entrada no território de seus representados, pessoas que, a rigor, trabalham em condições supra-legislação? Creio que o CFM e os CRMs devem essas explicações a seus filiados e mais ainda, ao povo brasileiro.
Na realidade, o problema deste silêncio obsequioso, e vergonhoso, é claro, não está somente no Conselho de Medicina, mas nos parece estar em quase todos os conselhos que serviram aos desmandos do PT nos últimos 16 anos. Milionárias autarquias cooptadas, que se comportam como governo e ou representante da categoria quando interessa e que se valem de resoluções e portarias internas para garantirem mordomias a seus quadros diretores.
Outro caso sem explicação é conselho de representação dos engenheiros, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e seus puxadinhos estaduais, os CREAs que, até o momento não emitiram uma única nota sobre as empreiteiras e seus engenheiros representados envolvidos, alguns presos, na Lava Jato. Quantos processos éticos disciplinares foram abertos? Quantos foram punidos? Qual é a posição do Conselho?  Tudo isso causa desconfiança, assim como causa desconfiança ações para coibirem a abertura de novos cursos, sob outra desculpa manca, de que “há muitos profissionais no mercado”. Ora, se há um mercado, ele mesmo seleciona os bons profissionais, qualquer controle outro, principalmente na formação, não passa de tacanha reserva de mercado, prática condenada em economias reguladas pela velha lei da oferta e demanda.
E a última pergunta, a quantas andam a fiscalização do Ministério Público nessas entidades que movimentam milhões de reais e poucas satisfações dão ao povo brasileiro?

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A Fortuna abandonou Lula e o PT


Desde que estourou a Lava Jato, Lula e seus companheiros, elevados ao patamar de quadrilha criminosa, foram abandonados pela Sorte. Nada dá certo para a súcia. Lula, o chefe, por exemplo, tentou ser ministro quado a água bateu nas nádegas, mas se enrolou por causa da inabilidade da sua auxiliar e companheira de crime Dilma, que caiu. Tentou se livrar dos processos e nem mesmo pagando a peso de ouro advogados se livrou de indiciamentos, condenação e prisão. Tentou ser candidato e levou seu partido-quadrilha à derrota. Enfim, Lula virou títere da má sorte que a si evocou pela natural soberba dos criminosos que se acham imunes às leis.

A sorte abandonou o bando. Nosso velho amigo Nicolau Maquiavel já adiantava isso há séculos: nós, mortais, temos duas metades determinando nossos destinos, a Virtude e a Fortuna. Na realidade, a Virtude entendida como nos preparamos para a vida e a Fortuna como a sorte de aproveitar esse preparo em hora apropriada.

Sem virtudes, Lula e o PT precisavam inventá-la para enganar o povo brasileiro. Para isso, montaram um teatro que esteve em cartaz por mais de 30 anos no país, dirigida pelo marketing da enganação, enquanto o tesouro era pilhado pela quadrilha. Pensavam continuar o roubo por toda eternidade, mas não contavam com a Lava Jato e a coragem de juízes e promotores na desmontagem da farsa.

Resultado, hoje Lula está preso e outros de seus companheiros logo lhe farão companhia. Ignoraram que a deusa pagão Fortuna é mulher e daquelas que não aguentam abusos e desaforos e quando abandona é para sempre e dá aos imprudentes alto preço pelas suas mágoas.

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Ó dó! - A velha imprensa sabuja, com seus jornalistas venais lambe-botas, começou uma campanha orquestrada pedindo a prisão domiciliar de Lula, que estaria sofrendo muito na cadeia e teria ficado até de cabelos brancos!

Eco sem eco - Concordo com os petistas quando vejo eles citando Umberto Eco, "as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis". Espero rindo que tenham lido algum livro de Eco e saibam definir semiologia.

Hipócritas - Enquanto existir um só morador de rua em Curitiba, falar em espírito de Natal, na cidade, não passará de hipocrisia.

O Pirotécnico rolha de poço
O alcaide de Curitiba, bem nutrido, pirilâmpico e roliço,
Anuncia fogos de artifício, porém sem estampidos,
Quer um Natal luzido, afrescurado, sem barulho e ruídos;
Cuida dos cães da madame de sensíveis ouvidos,
Porquanto, nas ruas, roncam as barrigas dos mendigos.

O lixo global -A Globo desafia a vontade do povo, insiste na merda, por isso perde audiência.

Conselho - Mantenha os inimigos sinceros por perto e os amigos da onça bem longe!

O sapo informa:
Vaga-lume se dana
Porque acende a bunda.

Patientia, fratres!

sábado, 24 de novembro de 2018

Sabotagem do PT passará por greves na Educação e Saúde

José Fernando Nandé



Não é preciso ser um gênio da lâmpada para adivinhar as reações do PT na retomada da ordem em nosso país, a partir de primeiro de janeiro. Um partido que se funda na desordem, na sabotagem da sociedade, em todos os aspectos, a greve, como sempre foi, será novamente uma de suas armas. Isso, é lógico, enquanto seus líderes não forem todos encarcerados e apenados, o que será inevitável, em virtude da gravidade dos crimes que estão sendo investigados pela Polícia Federal e a eles imputados.

Resta saber se o PT e seu braço sindical, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), além dos costumeiros puxadinhos partidários e sindicais, encontrarão as condições objetivas para levantarem algum movimento paredista de forma eficiente e convincente. Falo aqui do Serviço Público, pois na inciativa privada, essas condições simplesmente não existem, afinal, desempregados e desesperados em manter o emprego, os que ainda tem, não fazem greve, querem trabalhar e ponto.

Por óbvio, a investida do PT será no Serviço Público, que ganhou o direito à organização sindical com a Carta Magna de 1988, porém com restrições ao direito de greve. Direito esse até hoje discutido em seus pormenores pelos lentos e quase solidários tribunais.

Cabe ao governo que assume, com novas diretrizes na retomada da ordem - principalmente, na administração da Educação, Saúde e nas empresas públicas a serem privatizadas - agir com o rigor da legislação existente.  Ou melhor ainda, codificá-la e aperfeiçoá-la de maneira clara, por meio do Legislativo. De tal sorte, que tenhamos uma legislação que ressalte os direitos e coíba de forma eficaz os abusos.

É inconcebível, por exemplo, o empregado da iniciativa privada ter seus dias de paralisação descontados dos salários e os funcionários públicos terem esses descontos perdoados em reposições de horas para inglês ver. Chega do escudo da estabilidade no emprego para se fazer baderna.

Ou seja, aos que abusam, o rigor da lei, mais nada. A lei já permite, mas é preciso um esforço legislativo, como adiantamos, para ela fique clara:

 - convocação dos grevistas a reassumirem imediatamente o exercício dos respectivos cargos;
- instauração de processo administrativo disciplinar para apuração do fato e aplicação das penalidades cabíveis;

- desconto do valor correspondente aos vencimentos e vantagens dos dias de falta ao serviço e a contratação de pessoal, por tempo determinado, configurada a necessidade temporária de excepcional interesse público, gerada pela paralisação do serviço;

- a demissão a bem do serviço público aos que desrespeitarem estatutos e leis.

Essa é a vacina para a bagunça, para a irresponsabilidade dos que deixam nossas crianças e jovens sem aulas e nossos doentes sem atendimento e a população, enfim, de maneira geral, sem os serviços que paga com pesados impostos.

José Fernando Nandé - Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo (UFPR), professor graduado em Matemática, pós-graduado em Economia do Trabalho.


terça-feira, 20 de novembro de 2018

A falência do modelo sindical brasileiro, pelego e atrelado ao Estado

José Fernando Nandé


As relações Capital e Trabalho são inerentes ao modo de produção capitalista. Não há nação desenvolvida neste mundo que não observe com respeito esta coluna de sustentação e equilíbrio do sistema. Entretanto, no Brasil, essas relações nunca estiveram tão enfraquecidas como neste início de Século. Chegamos aqui a um sindicalismo moribundo -  ou seja, absolutamente nada representando além de si mesmo, ao ter apostado em governos que muito prometeram à nação e somente entregaram a ela a corrupção, a desordem nas contas públicas, o esfolamento dos brasileiros com impostos - para manter uma máquina pública falida, burocrática e inoperante - e o desalento do desemprego decorrente da baixa produtividade de setores empresariais.

Os motivos para essa tragédia estratégica da representatividade sindical , como veremos a posteriori, são muitos, mas que, em essência, prendem-se ao modelo equivocado de sindicalismo adotado no país, anacrônico e distorcido ab initio, o qual o transformou em fábrica de pelegos cooptados e tutelados pelo Estado, nas negociatas políticas e relações nada republicanas que se estabeleceram. Por isso, são hoje os sindicatos, em sua maior parte, "empresas de serviços" que enriquecem seus dirigentes, patronais e laborais, formando assim uma casta que negocia e assina acordos, mas sem representar o que dizem representar, num jogo de faz de conta absurdo, em que se usam dublês de trabalhadores grevistas, estudantes doutrinados, funcionários públicos dispensados do ponto e o lumpesinato e bate-paus contratados a troco de sanduíches outras misérias.

Historicamente, não há como negarmos as anomalias na gênese de boa parte dos sindicatos e respectiva estrutura, no Brasil, sobremodo com a industrialização da primeira metade do século passado. Estrutura sindical inspirado pela Carta del Lavoro (1927) do fascismo de Mussolini, adotada quase que ipisis litteris pelo ditador Getúlio Vargas, neste subcontinente tropical de tetas secas. Assim nasceram nossos sindicatos, rendendo culto à personalidade, ao grande "pai dos pobres", alimentado pelas migalhas que caíam da mesa do Palácio do Catete e servido pela máquina estatal, por meio do Ministério do Trabalho, que acomodava os pelegos em sindicatos, federações e confederações, com reflexos na Justiça do Trabalho.

Por ter seu cordão umbilical ligado ao Estado, sempre aparelhado por partidos, ignorando seu caráter plural, o sindicalismo brasileiro pagou alto preço com João Goulart (presidente e ex-ministro do Trabalho) que tentou ações tardias e desesperadas de sustentação a seu governo que caía de podre. O Movimento Militar de 1964, em parte, se justifica nessas ações desastrosas de Goulart. Com isso, sabendo como funcionava o sistema, não foi difícil para o Movimento subsequente aperfeiçoar os métodos para manter os pelegos sossegados, inclusive com a nomeação de interventores em alguns sindicatos, os quais ameaçavam criar problemas não desejados.

Entretanto, a partir do final dos anos 1970, com as greves do ABC, o sindicalismo esboça alguma reação, inclusive com o combate aos seus principais problemas, declarando guerra ao peleguismo, aos interventores, à estrutura verticalizada imposta no sistema confederativo. As principais palavras de ordem, que chegaram até a coincidir com o período constituinte, eram: "fora pelego", "não ao Imposto Sindical", "por  uma Central dos trabalhadores" e "adoção da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)" - diretriz que permite, em última análise, a livre organização dos trabalhadores sem a interferência ou normatização estatal, concedendo até mesmo a representação sindical dos funcionários públicos, acolhidos, à época, por associações de cunho recreativo.

De fato, essas palavras de ordem produziram efeitos, parciais, é verdade. Em pouco mais de uma década, pelos sucessivos movimentos paredistas, com auxílio de grandes escritórios de advocacia e partidos, os antigos pelegos foram derrotados em eleições ou simples destituições. Mas o avanço ficou nisso. À medida que os sindicatos eram ocupados por essa nova onda "progressista", nada das palavras de ordem iniciais se efetivaram.

A partir da Constituição de 1988, com a "esquerda" satisfeita ao ocupar os sindicatos e o parlamento, verificou-se que a antiga estrutura ficara praticamente intacta, federações e confederações de trabalhadores e patrões continuaram a se servir do Estado, por meio de descontos compulsórios e o famigerado Imposto Sindical. Com a Carta Magna, os funcionários públicos ganharam representação de sindicatos. Representação nascida sob o manto de partidos, tornando-se, portando, braço ideológico partidário, apoiada na estabilidade do emprego e numa legislação que não cobrava responsabilidades desse setor.

Além disso, apareceram as Centrais Sindicais para repartir o bolo e pretensamente dar direcionamento às lutas dos trabalhadores. A Convenção 87 foi ignorada e o Ministério do Trabalho ainda continua funcionando como cartório de registro sindical, nas reservas do mercado representativo classista.

Em paralelo, a Justiça do Trabalho continuou a exercer seu papel e regula movimentos paredistas por meio dos dissídios coletivos e aplicação das leis de greve. Boa parte dos sindicalistas abandonou o chão de fábrica e assumiu a burocracia sindical e de Estado, numa perspectiva de rentável e cômoda carreira "profissionalizada", a qual, mormente, descamba para o peleguismo tão prejudicial aos trabalhadores quanto o foi com Vargas e outros governantes posteriores.

Depois desse ensaio de renascimento, já nos governos Sarney, Collor e FHC, estruturado, o movimento sindical caminhou novamente para sua efetiva submissão ao Estado, com suas lideranças guindadas a postos políticos num movimento de cooptação de lideranças que atinge seu ápice nos governos de Lula e Dilma, com enorme impacto nas estatais - em destaque as que sofreram com a corrupção, como os Correios e a Petrobrás, por exemplos. As greves, principalmente no setor privado, ficaram escassas e as reivindicações salariais se diluíram nas águas dos interesses difusos das minorias e das Ongs, produzindo acordos sofríveis para quase a totalidade das categorias.

Dessa forma, chegamos aos nossos dias, com 14 milhões de tralhadores desempregados, com a precarização das condições de trabalho, com a diminuição de salários e com os sindicatos totalmente desacreditados, sem bandeiras unificadoras. Há de observar que, junto com os partidos políticos, desde de 2013, os sindicatos foram colocados fora do jogo dos movimentos das grandes massas, que se mobilizaram por mudanças no país. Não se registra um único sindicato laboral que tenha se notabilizado na participação efetiva nessas manifestação,  assim como qualquer partidos dito de esquerda ou social-democrata. As massas esnobaram seus pretensos líderes, pois os identificaram com o status quo; buscaram novas lideranças, fora das antigas estruturas e se utilizaram para isso de mecanismos paralelos para sua própria organização por meio das redes sociais. De repente, o velho panfleto e a imprensa sabuja já não conseguiam motivar ou alterar os ânimos da opinião pública.

Hoje, o sindicalista - aquele raro, com algum espírito classista - deve estar se perguntando como reverter isso tudo, como voltar a ter voz e representar os trabalhadores de fato? - Ora, vamos abordar essas possíveis soluções em outros artigos, mas adiantamos que, o país caminha a largos passos para o liberalismo econômico, em que as relações de trabalho são determinadas não somente pelo toma-lá-dá-cá empresarial e governamental, mas pelo conjunto dos avanços tecnológicos fabris - há um robô nas fábricas! -, pelo mercado nu, sem enfeites fora da livre concorrência, nas novas formas de se comunicar e nas novíssimas relações sociais decorrentes, mui diversas das conhecidas até agora.

É um caminho sem volta, lutar contra ele será portar-se como quixote, apoiado num sistema que já não corresponde ao nosso tempo, pois ficou preso à década de 1940. Há de se refletir, se reinventar e agir.  Por fim, fugir desses modelos do atraso que tantos males causaram à nação brasileira. Fora isso, é continuar esmurrando ponta de faca, ignorando a cru realidade do mundo do trabalho e sua dinâmica que se acelera.

José Fernando Nandé - Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo, graduado em Matemática e pós-graduado em Economia do Trabalho (UFPR).

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Curitiba e sua arte de ignorar o sofrimento alheio


Ares de Natal... Verdes árvores de Natal... Curitiba está vestida de Verão. O Sol, esse quase desconhecido ente universal, que muito brilha acima do Trópico de Capricórnio, vem dando seu ar da graça e grassa abundante quase todos os dias por nossas esburacadas ruas, por nossas populosas favelas e dá, generosamente, sem paga, absolutamente sem nada em troca, sua luz e conforto para todos e, em especial, para aqueles que nada mais possuem: os habitantes das ruas, os esmoleiros esfaimados, mendigos, os usuários de drogas, os desocupados, enfim, os que esperam alguma atenção da espetacular máquina da indiferença administrativa da Prefeitura Municipal. Afinal, algo aqui havia de ser gratuito e o Sol tomou para si essa tarefa, de iluminar e aquecer, em seu radiante colo, os esquecidos; de dar de si alguma energia para essa gente tão desesperançada e que vê nas ruas seu lar, ofício, calvário e sina.

Mas nem mesmo o Sol suporta por muito tempo a situação de abandono que castiga nossa amada cidade. Em suas tardes, geralmente ele chora. Choro gutural de quem muito sofre; lamúria antecipada por ribombantes trovoadas, coriscos aterradores, ventanias... Seu choro é, depois desses sinistros sinais, o aguaceiro que se mistura ao desespero do choro dos desgraçados. Dessa gente que, pela falta de misericórdia e atenção, padece num inferno medonho. Na chuva e nas suas lágrimas, nosso povo esquece o quente Sol e volta ao sofrimento ordinário e no aperto por sob as marquises dos prédios busca proteger-se: encolhe-se, se cobre com jornal, caixas de papelão, restos de trapos, com o que for possível arranjar, e ali dorme, antecipando o sono da paz do túmulo que em horizonte não muito distante lhe acena em calafrios nalgum indigente cemitério... Dorme e vigia na calçada friorenta e molhada e tenta assim descansar seus ossos e suas misérias tão evidentes, as quais o Poder Público minimiza a existência em flácidos discursos desprovidos da mais simples das comiserações e racionalidade. Impiedosos, os agentes do governo e algozes de seu povo tiram dos mais estapafúrdios silogismos a lógica dos imbecis. Dizem que o povo esfarrapado prefere a rua, escolhe sofrer a deslocar-se para um abrigo público...

Ora, ora, como se fosse natural do homem optar pelo sofrimento. Jamais! – Homem, mulher, criança, velhos, inválidos, o que seja e que possa ser chamado de humano neste mundo faria tal opção, pois o desejo de autopreservação -- tendência de proteger a própria vida ou integridade -- é instintivo até mesmo entre os animais, da mais elementar das moneras até os organismos mais complexos. Ninguém, ser algum, coloca sua vida em risco, a não ser se for por uma causa extrema. E o que nos parece evidente é que, se aqueles que estão em situação de risco recusam o auxílio da Prefeitura, é porque esse auxílio não corresponde exatamente ao que esperam para salvaguardar suas vidas. Algo está errado e muito errado, pois o espírito de sobrevivência desse povo em abandono nas esquinas não vê nas ações da Prefeitura elementos que lhes ofereça, com absoluta segurança, as condições necessárias para seguir vivendo e não apenas sobrevivendo.

Isso posto, caso ainda haja algo de humanidade naqueles que são responsáveis pelo destino dos mais necessitados; e ainda, considerando demonstrada a necessidade de mudança urgente no direcionamento das políticas públicas até agora adotadas em relação a essa população em situação de risco permanente, é que vimos suplicar, de toda nossa alma, que se faça a luz de imenso Sol nos corações desses agentes públicos. Pois, ficar com esse discursinho para lá de demagógico e de receita pronta, engendrado por quem não tem compromisso com a cidade, é condenar nossa gente à morte. E a isso, ao descarte deliberado de seres humanos, nunca vamos nos calar.

Definitivamente, a rua não é opção. A rua para esse povo é mais confiável do que a conversa mole de quem tem sua confortável cama para dormir todas as noites, mas que se nega a fazer um exame de consciência, por orgulho e vaidade; por falta de calor humano, experiência em lidar com gente, e boa vontade.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Para a Globo, passear com fuzil é normal e não ameaça



A cartilha do politicamente correto, a pré-censura que se utilizam os cretinos, faz bela carreira entre meus colegas de profissão. A última estupidez do "jornalismo global do bem" é acreditar que nada há de ruim, em bandidos levarem para passear seus fuzis pelas ruas, como se os fuzis fossem entediados cachorrinhos de apartamento. Ora, cartilhescos colegas, não há boa intenção alguma em quem anda com um fuzil no meio da rua, fuzis não param de árvore em árvore para fazer xixi. Fuzis disparam e matam.

Os indivíduos do crime organizado que estão com um fuzis nas ruas, no mínimo, guardam a intenção de intimidar cidadãos que não consomem drogas ou cometem outros crimes inerentes à quadrilha que manda no pedaço. Portar um fuzil é uma exibição de poder e um atestado da falência do Estado. Um desafio às leis. Escárnio ao estado de direito escancarado por sujeitos geralmente chapados - e vocês sabem muito bem o que é um chapado - esses caras não pensam duas vezes antes de atirar, colocando ou não a vida de terceiros em risco. Por isso precisam ser abatidos.

De uma vez por todas, o fuzil é uma arma de guerra feita com um único objetivo: matar. Sua munição, mira, alcance e sistema de disparos foram engendrados para eliminar sumariamente o inimigo em campo de batalha, em guerras. Por isso, quem é atingido por um disparo de fuzil tem pouquíssimas chances de sobreviver. Mas, ignorando o número crescente e inaceitável de policiais mortos quase que diariamente, nos vem o argumento dos néscios, que tomam o particular pela regra geral: "mas e a furadeira e o guarda-chuva que, nas mãos de inocentes, podem ser confundidos com um fuzil?". Ora, faz favor, aprenderam raciocinar com as amebas desidratadas? Pois, essas situações se colocam como casos isolados e seus tristes resultados não são frutos de franco-atiradores treinados. A proposta é clara: uso de franco-atiradores (este é o nome, em nossa língua) para eliminar bandidos que portem armas de guerra nas ruas - metralhadoras, pistolas 9mm e granadas, inclusive.

Os resultados trágicos obtidos até agora em vários casos de enfrentamento policial, certamente foram inspirados pela inépcia de uma política de segurança falida, a qual coloca despreparados nas ruas, porque a verba para treinamento e equipamentos da tropa foi surrupiada por corruptos, justamente aqueles corruptos, alguns já presos e condenados, que o "jornalismo" ignorou nos seus crimes, enquanto o caixa da emissora ou jornal faturava com anúncios estatais e promessas de bom faturamento com a Copa, Olimpíada  e eventos do naipe.

A violência não se combate com flores ou com talquinho na bunda de bandidos. Um fuzil nas mãos de malfeitores e nas ruas, ou em qualquer lugar, é uma ameaça sim.

Parem, senhoras e senhores, de cobrar dos órgãos de segurança soluções com conversa mole - por que não experimentam ir lá no morro e pedir por favor para que o facínora, pobre vítima da desalmada sociedade capitalista, se desarme e deixe de traficar? Façam isso. O recado do novo governo é simples: quer viver em sociedade, simplesmente não ande com um fuzil nas mãos. Caso contrario não vai viver, porque os cidadão ameaçados precisam viver. Ponto.


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Daniel, a tragédia em busca de audiência


É de nosso latino sangue - ó troianos, descendentes de Eneias -  esse estranho gosto pela tragédia. Por isso, histórias reais, embora nos parecendo que saíram dos textos dos romances ou teatro, tanto nos causam comoções, provocam a ira, a dor, a compaixão e a própria dúvida do real progresso civilizatório da humanidade.

E eis que, neste final do ano da graça de 2018, estamos diante de mais uma dessas histórias. A tragédia da vez é o assassinato do jogador Daniel, em circunstâncias de extrema violência, com os ingredientes da animalidade que, por infortúnio, ainda nos são latentes e moram em nós - não duvide disso, amigo, amiga, há pouco mais de 3 mil anos a humanidade habitava as cavernas e estava sob o jugo de códigos morais e legais em que se aceitavam todo e qualquer tipo de violência em resposta a outros crimes não menos bárbaros. Escritos sagrados dessa época ilustram bem o que digo e afirmo.

A história de Daniel e a forma em que ele deixou a vida reúnem todos os ingredientes para as tintas dramáticas de algum Sófocles moderno transferir o drama para os palcos e obter a catarse exigida por Aristóteles em sua Poética: a tragédia como expressão da arte por meio da compaixão e do temor, em busca da expurgação ou purificação dos sentimentos (catarse).
Na realidade, com os meios de comunicação modernos - fantasticamente explorando a velocidade da luz, na difusão da informação - não nos é mais necessário o palco para as encenações trágicas, a própria imprensa, em capítulos diários, à moda dos antigos folhetins,  nos fornece a oportunidade de seguir todos os atos trágicos, em capítulos de hora em hora. São os repórteres policiais os nossos novos dramaturgos - poucos porém, com algum brilho ou talento para isso. A maior parte limita-se contar uma história, muitas vezes misturando ficção e realidade, na rapidez que os meios exigem, sempre em busca de audiência e o mais importante, atrás do dinheiro, por meio dos anunciantes noutra tragédia, a do mercado de comunicação.

Sim, nosso ingresso ao espetáculo é a propaganda do pé de chinelo, do sabonete, da margarina ou da gasolina. Acompanhemos, portanto, mais esse drama, amigos e amigas de copo e de cruz, seu desfecho conhecemos, pois a tragédia se faz tão antiga quanto o homem. Busquemos nossa catarse, ignorando que a brutalidade das pedras também habita nossas almas. Durmamos felizes com isso.

Amanhã, ao acordarmos, certamente, outro folhetim do mesmo feitio ou mais dramático ainda em violência se desenhará em nossos televisores, em nossas redes sociais. A vida despropositada que nos obriga a modernidade, nos parece que está resumida a isso, seguir capítulos para nosso deleite do pai que joga a filha pela janela; da menina bonitinha que mata os pais; do maluco que invade uma escola e fuzila colegas; do jovem jogador de futebol que bebe, faz besteiras, e depois é morto e desmembrado por um marido aparentemente ciumento e que acha, como os antigos bárbaros, que com uma faca se faz a lei.

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A gaita do Gaúcho
Como diz o gaúcho: este mundão está virado numa gaita "véia"!

Valia
Alma vazia, sem amor,
Sem tristezas, sem alegrias
A ti, não teria valia.

Sensato
Voltar atrás no equívoco
Não é vergonhoso
Vergonha é teimar no erro.

Bocó
O patrulheiro do pensamento alheio
É um bocó
Incapaz de pensar por si só.

Conceitos
A cidade pode até ser inteligente... Mas seus políticos...

Sofisticada
A Loira Fantasma está sofisticada. Só anda de Uber preto, chega de táxi.

Das merdasEsperando uma grande análise de esquerda-burguesa baseada no materialismo histórico, do tipo "luta dos contrários e negação da negação", mas nem isso mais sabem fazer. Pobres timoneiros do proletariado!

Assassinatos
Um dia matei 10 pessoas numa manchete de jornal. A notícia tinha vindo de Santa Catarina, dia de chuva e a internet ainda era à manivela. O repórter mandou um fax, quase meia-noite. Não dava para ler direito, jornal pra fechar. Tasquei 29 mortos num acidente e eram 19. No dia seguinte recebi uma mensagem da prefeitura local perguntando-me onde estavam os 10 outros. Advertência e quase demissão. Tornara-me um assassino virtual.

TransparênciaEm algumas prefeituras brasileiras, transparência a gente só vê nas meias de nylon das amantes dos prefeitos, secretários e vereadores.

Matemáticas
Coisas inúteis que você deveria saber e poderiam ter mudado a sua vida, assim como mudaram a minha: num triângulo retângulo, os primos 3 e 5 são proporcionais a uma terceira medida de ordem 4: assim 6, 8, 10... 9, 12 e 15...

Chupeta chapada
Sou do tempo em que chapada era apenas um acidente geográfico e chupeta era aquela coisa de borracha feita única e exclusivamente para crianças.

Borboleta & miudezasSer como uma borboleta
Visitar todas e somente as flores
Porque a vida é tão curtinha
Que não temos tempo
Para nos ocuparmos com miudezas
Com coisas de poucas belezas
Sem gosto, sem alma e sem perfume.



Caminheiro
Venho de longe, caminheiro
Por esta longa estrada
Com os passos cada dia mais curtos
Com a pele pelo Sol enrugada
Vi coisas belas, conheci anjos
Demônios e gente bárbara
Susto não tenho mais
O espanto morre aos poucos com o cabra
Venho de muito longe, caminheiro
E já sei onde esta estrada acaba.



Patientia, fratres!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Convenção da OIT livraria empresas da CNI

José Fernando Nandé


Os dinossauros do empresariado brasileiro são uma comédia, principalmente os adiposos industriais, que vivem do corporativismo e mamando deitados nas tetas deste fraco leitão chamado Estado, por meio do protecionismo de seus trustes e cartéis maquiados. Não falo aqui dos pequenos e médios empresários, ou até mesmo dos grandes de mente arejada, falo dos representantes do empresariado bandido e atrasado, que sufocam seus pares verdadeiramente emprenhados no crescimento das empresas, criando emprego e renda.
Assim, num jogo de cena, esses megalossauros industriais cobram do governo – quaisquer governos – liberdades e diminuição de impostos e por meio de suas organizações sindicais sempre acabam com a parte boa do filé, nas anacrônicas desonerações e outras sinecuras e deixam o osso duro para as outras empresas que não fazem parte da sacanagem do corporativismo do atraso.
Isso explica a fala do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, ao explicar a necessidade da fusão dos ministérios da área econômica em um somente: “vamos salvar a indústria, apesar dos industriais brasileiros”. Ou seja, chega de protecionismo estatal para a meia-dúzia de sempre; os impostos serão reduzidos, mas a sacanagem do privilégio não tem mais sentido no Século XXI, todos vão ser tratados de forma igual perante a lei – não importando o tamanho da empresa e ramo de atividade.
Imediatamente, em resposta ao futuro ministro, as grandes indústrias reagiram por meio da toda poderosa e arcaica Confederação Nacional da Indústria (CNI), na crítica ao novo super-ministério e a perspectiva de se ter uma verdadeira política de desenvolvimento por igual da indústria nacional e conseqüente comércio baseado na livre concorrência.
Ora, a CNI e outras organizações patronais e laborais ainda estão em 1927. Explico, a maior distorção na organização das entidades classistas é seu modelo fascista. Sim, histórica e nitidamente inspirado no fascismo, em específico na Carta do Trabalho (italiano: Carta del Lavoro – 1927), importada pelo ditador Getúlio Vargas e que ainda é observada em nosso país, como disse, por patrões e empregados.
Essa Carta é o documento, onde o Partido Nacional Fascista de Benito Mussolini apresentou as linhas de orientação que deveriam guiar as relações de trabalho na sociedade, nomeadamente entre o patronato, os trabalhadores e o Estado, sendo uma das facetas do modelo político corporativista. Segundo este documento, todos deveriam seguir as orientações e o interesse do Estado. Pois bem, a pergunta é: como podemos avançar para um modelo liberal na Economia, se os representantes da anciã indústria brasileira não se oferecem ao desmame estatal, pois entendem que têm direito eterno às tetas do Estado, mesmo que isso prejudique o restante dos brasileiros?
Na realidade, o novo governo, ao mesmo tempo em que deve colocar em curso as necessárias reformas econômicas, também tem que investir em verdadeira reforma sindical, a qual valerá para os patrões e empregados, na simples adoção da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aprovada em 1948, na cidade de São Francisco, EUA.
Essa Convenção, entrou em vigor no plano internacional em 1950, adotada por 108 dos 164 Estados Membros da Organização. Entretanto, com seu modelo fascista de organização de sindicatos, o Brasil não aderiu ao tratado – sobremodo porque seus princípios determinavam livre organização sindical, sem interferência estatal alguma, podendo inclusive, patrões e empregados se organizarem até mesmo em sindicatos por empresa e não mais em sindicados únicos em grandes bases territoriais e tutelados por um sistema confederativo, inclusive pela legislação que determina ainda o registro sindical no Ministério do Trabalho para garantir as boquinhas e prebendas de notórios pelegos.
De acordo com documento do Departamento Intersindical de Assessoria parlamentar (Diap), “em obediência à Constituição da OIT, o Presidente Eurico Gaspar Dutra encaminhou o texto da convenção ao Congresso Nacional (Mensagens n. 256, de 31.5.49). Entretanto, até hoje não foi possível sua aprovação, porque a Constituição de 1946 legitimou o exercício pelos sindicatos de funções delegadas pelo Poder Público, previstas na CLT; a Constituição de 1967 manteve essa norma e explicitou que essas funções se incluíam, desde logo, a de arrecadar contribuições instituídas por lei para custeio de suas atividades; a vigente, de 1988, impôs a unicidade de representação sindical em todos os níveis e manteve a contribuição compulsória dos integrantes das respectivas categorias para o custeio do sistema”.
Portanto, com a queda do Imposto Sindical e demais subsídio de cabresto estatal, o novo governo tem que se livrar do que restou do modelo de Mussolini, caso queira realmente um modelo liberal na Economia. Para isso basta uma lei que diga a essas corporações que se virem por conta e risco, o Estado brasileiro não vai mais ser babá do atraso.
José Fernando Nandé é graduado em Comunicação Social (UFPR), professor graduado em Matemática e pós-graduado em Economia do Trabalho.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O jornalismo nunca será imparcial


O grego Heródoto (485 – 420 a.C.) consta como o primeiro sujeito que se preocupou em escrever a História. Embora com defeitos, parcial às vezes, fantasioso muitas vezes, pois não havia ainda método claro de pesquisa histórica, temos que considerar o seu valor, pois Heródoto nos deu antes de mais nada, o registro do pouco que conhecemos nesses dez mil anos em que nos identificamos como humanidade. Aquém disso, pouco ou nada sabemos, além das pistas que nos são dadas pelos achados arqueológicos, pela especulação e pela ficção.
Essa preocupação com a imparcialidade entre os que se propunham a descrever os fatos numa linha cronológica, ou não, só se firmou com o tempo, ao se separar o que era mitologia, literatura e a história propriamente dita (conceitualmente, história também é literatura!). Nesse esforço, encontramos o historiador romano Tácito (Publius Gaius Cornelius Tacitus; 55 – 120 d.C.), que já no início de suas obras alertava, “sine ira et studio“, ou seja, “sem ódio e sem preconceito”, ou sem parcialidade naquilo que escrevia. Ao que acrescentamos, “sine vanitas“, sem vaidades. Pois ainda é comum, encontrarmos poderosos que compram a peso de ouro biografias fabricadas, sobremodo em nosso tempo, em que vivemos sob a ditadura midiática e que, desta forma, pensam estar escrevendo a história, geralmente um amontoado de “verdades” convenientes para iludir a imprensa e a opinião pública por um tempo, mas não por todo tempo. Em análise apurada, são poucas dessas biografias que passam incólumes, anos mais tarde, pelo crivo dos historiadores.
Por isso, desejar de jornalistas, que definitivamente não são historiadores, um compromisso com a imparcialidade é algo insano. Ora, a matéria prima da imparcialidade nos parece ser o tempo, coisa que a notícia jornalística não dispõe. Os fatos acontecem e são registrado simplesmente, influenciados pelo meio e pelas vaidades imperantes. O juízo desses fatos dentro de um contexto mais amplo, afastado de todos os fatores que possivelmente os distorceram, é tarefa do historiador e não de curiosos ou de profissionais que não possuem com clareza os métodos de investigação próprios dos que se dedicam ao profundo estudo da História.
Portanto, o jornalista é um escrivão de diários. O historiador é um intérprete destes diários. Dessa maneira, falham os jornalistas que se aventuram pela interpretação histórica do factual e falham mais ainda os historiadores que tomam o factual como verdade. Somente o tempo pode tirar a influência das paixões, sine ira, studio et vanitas, sobre o objeto do estudo histórico.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

O fim da safadeza do politicamente correto



No início dos anos 2000, com a ascensão do PT ao poder, o brasileiro começou a ser induzido a se expressar por uma nova forma de linguagem, conhecida como “politicamente correta”. O descaramento foi tanto, que os bugios acadêmicos petistas chegaram a confeccionar cartilhas com a nova “linguagem” direcionadas para todas as pessoas, inclusive para o vulgo. Os manuais de redação usados para dar pensamento – raso, único e estúpido – aos jornalistas são claros exemplos dessas cartilhas.

De repente, palavras usadas há séculos pelos falantes e ou escreventes da Língua Portuguesa foram marcadas com tarja preta, em advertência a seus usos “tóxicos”. Palavras “marginais” consideradas pelos cartilheiros como impróprias e agressoras ao pensamento único que se desenhava no sentido da sustentação às mudanças sociais pretendidas pelo petismo, auxiliadas por controle ideológico da linguagem e da expressão.

A ideia nefasta contida no “politicamente correto” parte da pré-censura do pensamento do indivíduo ou grupos sociais. Ou seja, ao se emitir um conceito sobre qualquer coisa, o emissor tem que, obrigatoriamente, buscar códigos de comunicação adequados ao que se estabeleceu “correto”. Do contrário, ao se usar código diverso, não convencionado nas cartilhas, o sujeito-emissor, independentemente de contexto ou situação em que se expressa e encontra, passa imediatamente para a categoria de preconceituoso – Um absurdo! Posto que foi o cartilheiro  quem estabeleceu o pré-conceito do “correto” na linguagem a ser empregada. Em desgraça contínua, a censura imediatamente se faz pública, em que se aponta o herege que ousou ignorar as cartilhas sagradas dos cretinos patrulheiros do pensamento alheio.

Assim, por quase duas décadas, enquanto destruíam a estrutura da Língua Portuguesa, praticamente sem exigi-la na escola em seu aspecto culto, num vale tudo medonho, em desprezo às sintaxes gramaticais, na falsa assertiva de que ler livros de algum Paulo Coelho seria suficiente para o estudante dominar a escrita, os bugios das cartilhas petistas avançavam para a destruição semântica, do significado das palavras e expressões. E tudo isso com o objetivo de se estabelecer um pensamento dominante, único e cretino: quer seja pela a insuficiência de conhecimento da linguagem para interpretar as leis, escritas nas normas cultas da Língua (letrados, porém ignorantes), quer seja pré-censura política do próprio pensamento das massas, em que pensar diferente se faz crime.

Nessa construção de uma língua de medonhos, os cartilheiros, de forma criminosa e proposital, colocaram de lado os mais de 400 mil verbetes da Língua Portuguesa, uma das mais ricas do mundo em vocabulário, e elegeram apenas algumas palavras e expressões agasalhadas com o manto de “corretas”. Numa negação ausente de vergonha e pejo do próprio desenvolvimento histórico de nossa língua, que costuma dar palavra precisa para cada coisa.

O grau de insensatez nesse sistema dos cartilheiros petistas, sempre em nome do “politicamente correto”, pode ser verificado no processo em que acusam racista qualquer referência sobre a cor do indivíduo de quem se fala, como sempre foi feito desde o nascimento das bases de nossa língua, ainda no Lácio, há quase três mil anos: o olho do emissor da palavra vê a cor, mas ela, em seu cérebro, é pré-censurada e imediatamente, o emissor tem que apelar para a geografia ou aspecto diversos, para descrever o que vê. É a safada substituição da realidade objetiva pela subjetiva.

Assim se dá quando nos deparamos com a descrição de qualquer grupo étnico: branco, negro, amarelo, usando palavras adjetivas, ou seja, que descrevem qualidades e que, repito, pertencem a nosso vocabulário remoto. Porém, em passe de mágica, da noite para o dia, essas palavras “malditas” foram sacadas a fórceps dos dicionários, de modo a não ferir a sensibilidade dos verdadeiros preconceituosos, os próprios cartilheiros petistas, guerrilheiros da hegemonia linguística e do pensamento único, bufos de triste figura a dar curso a seus projetos da destruição das instituições “burguesas”, em especial a família e seus valores adquiridos em longo processo civilizatório.

Ao dar um pontapé no rabo desses petistas cômicos sem graça, o brasileiro tem a chance de se libertar da censura estúpida do próprio pensamento. Pois sabemos que o uso dessas palavras “incorretas” depende de várias circunstâncias, temporais, locais e, principalmente, do tom que são emitidas. De nada adianta usar expressões inventadas para dourar pílulas, se o amargo do verdadeiro preconceito se faz no coração. Não são as palavras que estabelecem o preconceito, são os homens que a pronunciam para ferir. Proibir palavras e censurar o pensamento são violências contra o que se faz mais caro para o cidadão, a liberdade; e a liberdade de pensar começa pela palavra. Pois, pensar é ser.


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

De Folha a Panfleto, a crise do jornalismo brasileiro


Já adiantei aqui alguns aspectos da crise do jornalismo brasileiro, que sempre andou abraçado à velha e quase defunta mídia. Para isso, tomei como paradigma a Folha de São Paulo, como poderia tomar quaisquer outros grandes veículos de comunicação, a Globo, por exemplo, que tiveram quase sempre farto leite jorrando das muxibas tetas do governo, qualquer governo disposto a financiar meias verdades e retumbantes silêncios.

A Globo é caso perdido, mas novamente sobre a Folha, ao lançarmos mão de mínimas ferramentas da Comunicação Comparada, só podemos dizer que ela optou por uma linha editorial panfletária, contrariada que foi nas eleições, ao ver o candidato do PT derrotado pela soberana vontade popular. Nada errado nisso, esse humilde blog pessoal, também tem aspectos opinativos, com lado e nunca escondeu isso. Mas seria de bom tom, a Folha explicar essa sua opção aos que ainda tentam achar em suas páginas o jornalismo isento cantado aos quatro ventos, decantado em manuais de redação e no marketing de várias décadas, que contaminou todas as escolas de jornalismo deste país.

Examinemos pois, alguns títulos e manchetes, no portal UOL, de matérias do vetusto periódico paulista para ilustrar essas constatações:

Brasil elegerá um presidente réu pela primeira vez desde a redemocratização - 28 de outubro - comparação que induz igualdade na quantidade e qualidade da natureza daquilo que os tornam réus.

Dólar opera em baixa, a R$ 3,68, e se distancia do câmbio ideal; Bolsa cai  - 29 de outubro, 13h28 - Noticia positiva atenuada pela vírgula e ponto e vírgula - o que não se faz hábito em bons títulos, inclusive no que diz respeito ao uso da conjunção - e que não explica o gratuito "distanciamento do câmbio ideal", posto que isso é uma divergência subjetiva até mesmo entre economistas - no caso, poderemos considerar o ideal a cotação mais baixa já alcançada, talvez, não sabemos.

Mesmo derrotado, Haddad venceu na maioria das cidades do país - 29 de outubro - ora, se venceu, por que perdeu?

Bolsonaro mantém tradição de presidentes sem experiência no Executivo - 29 de outubro - ora, é óbvio, se ele se elegeu pela primeira vez, ou queriam novamente o Lula que tem experiência inclusive no roubo e no financiamento deste tipo de jornalismo?

Isto posto, nada mais a dizer.


A Constituição é o nosso pacto, Toffoli


Era para atacamos este assunto ainda durante o processo eleitoral, mas como temos que ganhar a vida, não nos sobrou tempo. Agora, com um tempinho, comento o que mais me chamou atenção sobremodo no final de semana, as seguidas falas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli (foto), sugerindo um "pacto nacional" em que se destacaram as palavras "união e harmonia".

Em todas as imagens do ministro enquanto ele defendia este pacto, em seu rosto apareciam traços de preocupação, que alguns poderiam até interpretar como antecipado medo, inexplicavelmente subjetivo diante de uma realidade que busca a retomada dos desejos da construção de uma pátria realmente dos brasileiros.

Ora, ministro, preocupação antecipada e subjetiva do que, pois o único pacto possível e que une os brasileiros é a Constituição, que garante os direitos e deveres dos brasileiros, a separação dos poderes e a Justiça? Portanto qualquer outro pacto além ou aquém dela, nos parece casuísmo - e por assim ser, acomodativo, data venia, pouco republicano.

Sim, queremos a Constituição, nosso pacto maior, e foi isso que dissemos por meio das urnas, sendo observada em todas as suas letras e por todos, inclusive pelo Tribunal e o que ele representa como corte de Justiça. Um Tribunal cortando na própria carne, se for preciso, ao se revelarem os possíveis desvios nesse Poder da República - o brasileiro não é tão ingênuo ao verificar que nesse mar de lama que invadiu o Executivo e Legislativo, nada tenha respingado no Judiciário. Caso não tenha respingado, perdão, mas que se isso se mostre, a bem da reputação da mulher de César.

Esperamos a liberação das delações do Petrolão em inteiro teor, doa a quem doer. Estamos cansados das protelações e das idas e vindas que tornam nossa Justiça morosa e por assim ser, pouco eficaz, de acordo com o imaginário do brasileiro comum. O Tribunal e suas turmas têm que escutar o clamor das ruas, ministro. Queremos Justiça dentro dos marcos legais, mais nada. Neste contexto, a expressão "pacto nacional" não nos parece apropriada, causando-nos, aí sim, medo.

Pacto ministro, em nossa República se faz pela Constituição e consequentes códigos legais. Fora isso, por suas falas, que podem ser interpretadas como recados e variações sobre o óbvio - por serem comunicadas em momento em que se pratica a democracia exposta a todos os ruídos do processo eleitoral - com as devidas escusas - não nos soou de inspiração republicana - porque deram margens a interpretações diversas, inclusive a esta que exponho -  posto que ninguém esboçou a mínima vontade de desrespeitar nossa carta magna. Caso o ministro possa explicar melhor o dito, a nação agradece.


domingo, 28 de outubro de 2018

Evangelho vence a safadeza do PT imoral


Impulsionadas pela escola filosófica de Frankfurt, a partir das décadas de 1920-30, os partidos denominados de esquerda implementaram suas agendas destrutivas da "moral pequeno-burguesa" Ocidental, historicamente cristã. Agendas com novas táticas para a tomada do poder pelo "proletariado" (trabalhadores) - numa revolução cultural que passa pela destruição da família, sempre resistente aos "avanços socialistas".

A partir do processo de redemocratização brasileira, no início dos anos 1980, essas agendas começaram a circular no Brasil, inclusive colocadas, num primeiro momento, como revisionistas, pelos partidos comunistas marxistas-leninistas tradicionais. Nos anos 2000, com a ascensão petista, esse ideário de sabotagem da fé e da família ganha nova força, invadindo todas as instituições brasileiras, sobremodo, a Igreja, os sindicatos, Ongs, repartições, escolas e universidades. Hoje, para se apresentar como professor de humanas em universidades federais, o sujeito tem que obrigatoriamente se confessar ateu, pois do contrário, não sobreviverá no meio, materialista e ateu por excelência e conveniência.

Era um trabalho previsto lento, doutrinário e de lavagem cerebral, porém, premido pelos primeiros escândalos de corrupção, em que o Mensalão se fez o mais emblemático, sucedido pelo Petrolão, o processo da destruição moral da família, colocado em curso pelo PT, teve que ser acelerado, pois se fazia necessário demonstrar que o crime de sangue e o roubo no assalto aos cofres públicos eram algo natural ao humano, justificados pelo materialismo inerente à revolução socialista.

Dessa forma, era preciso conquistar mais do que corações para a causa da imoralidade materialista-comunista. Era premente conquistar almas. Então, mais do que nunca se apresentava a necessidade de se destruir a ideia do Jesus, o Cristo dos evangelhos- em todas as doutrinas religiosas e suas denominações, as quais separam as coisas do divino e do material, que pregam o amor e a obediência as leis de Deus, principalmente em seus tópicos fundamentais: amor a Deus; honrar pai e mãe (a família); não roubar; e não matar.

Nessa estratégia de demolição da moral cristã, por meio da Teologia da Libertação e doutrinas correlatas -em herege acomodação do marxismo ao cristianismo - nas pastorais que visam o  "oprimido", o PT logrou algum sucesso na Igreja Católica, que desde o Concílio Vaticano II, passa por uma crise de identidade profunda. Com isso, as fileiras evangélicas se engrossam a ponto de, em estatística, se prever a maioria dos cristãos assim se denominando já em 2020.

Contente com seu avanço entre os católicos, o PT ignorou o movimento evangélico e desconsiderou o reavivamento da fé dentro da própria Igreja Católica, promovido pelos chamados cristão conservadores; se o PT destruía e destrói a família por um lado, aliciando minorias praticantes da sodomia, do aborto e consumo de drogas, como exemplos, por outro, os adeptos do evangelho crescem em número. Crescimento qualitativo e quantitativo, evangélicos preparados pelas escrituras para o combate ao materialismo, seu consequente ateísmo e heresias de violação do sagrado.

A eleição de Bolsonaro mostra, num primeiro relance, a vitória do Evangelho sobre o materialismo da safadeza petista, imoral por definição. O recado é simples, as minorias têm que voltar para seus espaços restritos a quatro paredes, não proibidas de fazer o que fazem, mas para fazê-lo de modo discreto e sem o viés político-reivindicatórios em praça pública, ou em escolas e instituições por meio de doutrinadores, apedeutas, viciados e depravados. É a vitória dos bons costumes, da retidão e a derrota da safadeza agressora aos que acreditam na evolução moral da sociedade.

Com Bolsonaro, a família se reafirma como núcleo primário social e mostra, mesmo com as dificuldades que passa, sua força como base de sustentação da sociedade e do milenar processo civilizatório da humanidade. 

sábado, 27 de outubro de 2018

Não há honra nos corruptos que matam o povo brasileiro


Não vos envergonha,
Caro político larápio,
Caro jornalista venal,
Caro empreiteiro gatuno,
Caro juiz vendido,
Caro funcionário corrupto,
Caro prevaricador usurário,
E caros advogados do infortúnio,
O dinheiro roubado
Que alimenta
Vossas gordas proles,
Vossas festas grosseiras,
Vossas vaidades,
Vossas luxúrias,
Vossas volúpias,
Vossas iras compradas,
Vossas avarezas para com o bem?

Não vos incomoda
O sono em macio travesseiro
Ter condenado à fome e à morte
Milhares de crianças,
Cidadãs brasileiras?

Não vos incomoda
Ver esse povo sem remédio,
Morrendo em filas
Porque o dinheiro
Da Saúde foi roubado
Por Vossas Excelências?

Não vos envergonha
Saber que até o próprio
Berço em que dormem
Seus inocentes filhos e netos
Foi comprado com o desespero,
Suor e sangue de nossa gente?

Não vos incomoda
Que vossos nomes
E de todas as gerações
Que vos seguirão
Estarão manchados
Pela mácula desses
Torpes pecados?

Não vos incomodam
As quentes chamas
De inexorável inferno,
Que fatalmente
Vos esperam
Por todo o resto da vida
E na morte impreterível
E sempre inadiável?

Não vos incomoda a densonra eterna? 

(J. F. Nandé)

O PT nunca deixará de sabotar a República


Fundada sob os princípios da democracia, nossa República nasceu com o propósito de proteção a todo cidadão brasileiro, numa unidade de território quase que continental, sem a distinção de raça, de cor, de credo e de sexo. República em que para se vencer, bastavam apenas a cidadania,  o respeito às leis que nos igualavam, o esforço e o mérito pelo trabalho e estudo. Assim, por um bom tempo vivemos construindo, mesmo que aos solavancos, a nossa grande nação, a nossa pátria nem sempre gentil, mas amada, imensamente amada.

Porém, se por um lado a República sobreviveu, por outro, a democracia que a fundamenta passou pela torta interpretação de quem a governou nos últimos 16 anos - sujeitos a mais das vezes guiados pela exploração do fácil discurso que destaca as nossas supostas deficiências sociais, derivadas da síndrome do vira-lata abandonado pelo Estado e que a todo momento precisa ser socorrido por ele, na sua capacidade de gerar ajutórios segmentados, criando dessa forma castas pretensamente intelectual e artística, que lhe gastam suas tetas muxibas. Cegas castas mercenárias que aos governantes sabotadores da democracia permitiu a prática dos mais hediondos crimes contra nosso povo.

No histórico dia 28 de outubro do ano passado, viramos mais uma página de nossa história republicana, vencendo mais um ciclo que há durado pelo menos 30 longos anos. Período no qual muito se discursou em nome da democracia, que jamais se fez democracia, porque os sabotadores negavam desde o início os princípios que nos davam a nossa unidade. Fomos propositada e criminosamente divididos naquilo que nos fazia cidadãos iguais perante a lei, pois explorou-se como nunca a política de esmolas direcionadas e segmentadas, a qual alcançou desde a academia - criando uma classe de privilegiados bolsistas docentes e discentes - até os mais humildes, que foram abraçados pela caridade pública, não para a aplacação da sua fome e miséria material, mas, sobremodo, para a formação de grandes currais eleitorais, na garantia da perpetuação do roubo e do escárnio dessa quadrilha travestida de partido político.

Vivemos pois, divididos, sustentando a democracia das tetas. Viraremos a página, vamos vencer e implementar novamente os princípios republicanos, mas é bom que estejamos sempre atentos aos sabotadores da democracia e da República. De olho naqueles que aprenderam a roubar a nação e assim acostumados vão tentar de todas as formas voltar para continuar a sangria do povo que trabalha - e pior, sempre falando em nome dele. A batalha está ganha na intenção de estabelecermos novamente a nossa unidade como cidadãos brasileiros, mas a guerra será longa e prolongada contra os sabotadores, porque esses ladrões negam-se ao desmame e não querem pagar pelos seus crimes.



  

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Haddad é a mentira em carne e osso


Não pretendia fazer análise alguma do discurso do Partido dos Trabalhadores em suas peças de propaganda durante o processo eleitoral, porque isso seria dar milho para bode e ajudar a quem não merece ajuda. Mas vamos lá, diante de tantos erros dos petistas que observo, impossíveis de serem consertados em três dias, vou adiantar somente alguns tópicos de análise mais profunda do que preparo para momento oportuno.

Pois bem, quando se estabelece um sistema de ideias em Propaganda, ou para qualquer propósito em que se tenha por fundo o convencimento, a persuasão retórica - e isso, por óbvio, muito também vale para a Filosofia -  há de se partir, a bem do método, de uma premissa absolutamente verdadeira, sob pena de se contaminar com o falso todas as premissas e assertivas decorrentes, a modo dos pernósticos sofistas.

Em linguagem mais simples, no intento de resumo didático, podemos dizer que o problema do mentiroso é ter que sustentar sempre uma nova história fantástica para que se conserve a mentira original: na fórmula dos insanos, abismos que se buscam e se atraem (abyssus abyssum invocat, um abismo atrai outro abismo - Salmo 42, 7). E esse foi o método escolhido pela Propaganda do PT, o surrealismo fanático e fantástico, a mentira exponencial propagada ad infinitum.

Ora, qual é o erro de fundamento do discurso do PT, a mentira prima e que determina sistema eivado de falsidades e por isso capenga, manco, quase rastejante? - A se considerar somente esta eleição, foi sustentar a inocência do seu líder máximo, o condenado Lula, preso que cumpre pena aqui em Curitiba e assim, simbolicamente, dar ao partido um autoperdão, remissão de culpa por todos os desvios de conduta, puro banditismo de quadrilha, por demais sabidos e conhecidos pelo brasileiro comum e minimamente informado.

Dessa forma, o próprio candidato Fernando Haddad surge como a mentira encarnada. É a mentira em carne e osso que se obriga a sustentar as anteriores e as que obrigatoriamente hão de se urdir e fiar dia após dia. Portanto, apanhado várias vezes praticando o ilusionismo da mentira escancarada, sobremodo em falsas acusações para bufa encenações no teatro midiático, Haddad perdeu a única coisa que se espera de um acadêmico, embora sofrível, na defesa de suas teses, a persuasão pela verdade.

A persuasão, ou convencimento, lembro, é o fim da retórica e a demonstração seu meio. O bom candidato é aquele que convence ao demonstrar suas ideias e pontos de vista. Pode um candidato ser provido de certo conhecimento, mas caso não consiga demonstrar com clareza aquilo que defende, ele será apenas isso, uma pessoa que opina sem convencer. De acordo com Aristóteles, a persuasão é uma espécie de demonstração, “pois certamente ficamos completamente persuadidos quando consideramos que algo nos foi demonstrado". E o que nos demonstraram Haddad e o PT até o momento além da mentira, da lábia e do embuste?

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Fato 
Mano Brown tem razão.

O engodo
Vivemos para ver o PT tentar comprar os votos dos mais pobres com desconto no gás.

Os fundilhos 
Andrade não consegue formar uma Frente de apoiadores. Seria uma frente de bunda suja.

Folgadinho 
TSE nega pedido do Andrade que queria uma entrevista na Globo no lugar do debate. 'Forgado!'

A razão 
O detento 51 disse que não compreende o ódio do povo ao PT. Dou uma pista: roubo.

Milagres do cárcere 
O anarfa Lula escreve carta da prisão, diz PT. De fato, cadeia faz milagres.

Aos tatus 
Para os tatus militontos, aplicação do método dialético, luta dos contrários, premissa: o mundo é desordem, o povo clama ordem.

Dos cursos d'água 
Um rio pode seguir seu curso por séculos, mas uma simples tempestade altera o que pensávamos eternidade. A vida é inconstância.

 Apelido
A lazarenta mentia tanto, que o povo da rua a apelidou de Pesquisa do Ibope.

Facão 
Estão lembrados do caso da mulher que teve talhada uma suástica a canivete em Porto Alegre? O Instituto Geral de Perícias indicou que foi automutilação. Mais uma mentira do Andrade desmascarada.

Frescuras 
Esses frescos que alegaram pé chato para fugir do serviço militar, servir à pátria, não têm moral alguma para falar de militares.

Minhas mãos 
Não dou a mão para ladrão. Não tenho amigos ladrões. Meus amigos, aqueles que aperto a mão e abraço com sinceridade, têm o brilho da honestidade nos olhos e compartilham comigo uma infinita fé na humanidade.

Virada 
A única virada possível para o Andrade, marmita de preso: a virada de bunda.

A Santa 
A beata Manuela sumiu da campanha do Andrade. A catecúmena deve estar num convento aprendendo a rezar.

Pândego STF 
Os ministros do STF pedem respeito e continuam soltando presos e livrando o rabo de políticos. Uns pândegos!

Divina 

Chamava-se Divina 
E realmente era 
Faltavam-lhe apenas 
Asas e auréolas 
Mas, nos lábios 
No corpo todo
Havia um certo arder 
De todos os infernos.






Patientia, fratres!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A falência do controle social da velha mídia e estruturas

José Fernando Nandé


Atônitos, políticos tradicionais do mundo inteiro, inclusive no Brasil, perguntam-se o que está acontecendo com as antigas estruturas de controle social que davam sustentação a seus ideários e caprichos. O que aconteceu com a capacidade dos partidos, instituições governamentais, ongs, sindicatos e centrais sindicais no domínio das massas por meio da velha mídia, rádio, jornais e TVs? 
Por que, hoje, a opinião pública parece tão volúvel e as pessoas não se enquadram mais nas orientações de comandos hierarquizados dessas velhas estruturas, que pareciam funcionar tão bem e de repente se viram reféns dessas massas, as quais já não obedecem os preceitos da hierarquia verticalizada e parte para uma nova estrutura horizontal – e aparentemente caótica-anárquica – que não aceitam mais o pão industrializado e uniformizado da informação pré-mastigada, ao preferi-lo feito com as próprias mãos e integral? O que foi a Primavera Árabe, o que estão sendo essas séries de movimentos contestadores aqui e mundo afora, excludentes a partidos e outros mecanismos de controle de pensamento e ações políticas? E tudo isso acontecendo dentro do que a sociologia do equívoco havia apelidado de pós-modernidade e que Zygmund Bauman trouxe para a realidade objetiva ao cunhar os princípios de sua Modernidade Líquida - fluída, informe e disforme, em movimento de corredeira, tal é nosso cotidiano. 
A resposta (ou respostas), para os temas em análise, não é simples, em função da quantidade de variáveis inerentes a esses novos fenômenos. Mas, ao se comparar o novo e o velho estilos de vida, a maioria das pessoas vai encontrar no bolso, no escritório, ou na sala de casa, as grandes pistas para boa parte das respostas: computadores e dispositivos móveis – como os celulares -, enfim, máquinas eletrônicas, que elevaram a capacidade da comunicação humana a patamares impensáveis há meio século e que determinaram o nascimento da moderna, porém ainda incompreendida ciência, a Cibernética, que agrega essas novas formas de convivência entre o homem e a máquina, entre a produção da informação e o processamento da informação, sempre em velocidade exponencial. Portanto, guardem esse ano, 1943 e o mês, fevereiro, pois é a partir desta data que os futuros historiadores marcarão o início da gestação de uma nova era para a humanidade, quando da criação do Electronic Numerical Integrator Analyzer and Computer (Computador integrador numérico eletrônico – Eniac), nosso primeiro  computador eletro-eletrônico com a possibilidade de ser produzido em certa escala.
Mulheres operando o Eniac nos EUA
É lógico que, a partir daí, temos outras datas importantes determinando eventos que influenciam nossa vida moderna. Como, por exemplo, a criação dos computadores pessoais, por meio do desenvolvimento de programas, antecedidos por válvulas eletrônicas, transístores, circuitos integrados etc. Por último, a concepção da internet – que faz interligação dos computadores num sistema global de compartilhamento de informações – desenvolvida a partir da década de 1960 e disponível para uso geral na década de 1990. Mas, precisamos do início e vamos marcar 1943, como o ano da causa primária de todos esses fenômenos sociais.
Uma vez definida a causa, vamos aos efeitos. No final dos anos 1970, ainda na Escola Técnica Federal em Curitiba, hoje CEFET, conseguimos, e longe das salas de aula, montar um pequeno computador que fazia contas elementares e respondia perguntas previamente programadas. Na realidade uma chatice, em que não víamos muita utilidade. E o problema era esse, utilidade. Em 1982, começamos a ver utilidade na “coisa”, quando desenvolvíamos programas na linguagem Fortran, em cartão perfurado, para resolver equações matemáticas no antigo computador da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O mesmo se deu ao engrossarmos as fileiras do Exército Brasileiro, quando uma simples – e absurdamente cara – calculadora Texas nos permitia fazer cálculos de artilharia sem consulta às velhas tábuas de logaritmos e trigonometria.
Entretanto foi somente depois da segunda metade da década de 1990 que a verdadeira utilidade daquilo tudo se revelou: a comunicação instantânea, por meio do ICQ (acrônimo de I Seek You – Eu procuro você), programa de comunicação pai e mãe das redes sociais que hoje utilizamos. Deste momento em diante, nada mais seria como antes (e não é!). A informação acabava de ser globalizada e com uma característica muito especial, à velocidade dos elétrons, que é a mesma da luz. Ora, se há uma fluidez dos elétrons nesta velocidade, tudo que deles decorre, tende a acompanhar a mesma velocidade e eis o nó: super-velocidades para um mundo mais ou menos estático, inclusive instituições, como as ongs, sindicatos e governos.
Perdoe-nos por essa digressão, mas ela foi necessária no sentido de explicar, embora superficialmente, que estamos justamente neste ponto da Cibernética: com o intervalo de tempo entre a produção da informação e seu consumo tendendo a zero, ao mesmo tempo em que as velhas estruturas de controle social tentam, desesperadamente, a passo de cágado, controlar pelo menos parte do novo processo.
É evidente que, para entender o momento, e ter respostas para as indagações iniciais, há de se estudar com carinho o significado do “tempo zero” nesse processo global de comunicação de massa. E pelo que parece, os artífices das velhas estruturas não entenderam ainda como tudo funciona e como se faz para controlar o que já nasceu sem controle e nunca terá controle - embora alguns tentem esse controle, quixotescamente! -, pois esse sempre foi o espírito das redes sociais, a anarquia caótica que se organiza por si só, em velocidade que deixa atônitos os que achavam que possuíam mando sobre a liberdade de pensamento das pessoas ou grupos de pessoas.
Resta aos antigos controladores do pensamento, a nefasta corrida para tentar recuperar o poder perdido e para tal introduzem métodos de inserção nas redes que têm se demonstrado inócuos e até mesmo risíveis, como os chamados “sociais-mídia”- na forma mais afrescalhada, “social media” – ou os agentes “moderadores e controladores”, os “mercenários cibernéticos remunerados”, para vigiar cibernautas e dar respostas em conformidade com o antigo e caduco status quo estabelecido, porém sempre questionado. Gente a soldo que sempre vai estar aquém da eficiência, pois respostas exigem tempo de elaboração e difusão, e, como disse, o tempo nesses novos fenômenos de comunicação tende a zero. Responde-se, portanto, ao que já é velho na rede e, imediatamente, tem-se que se elaborar respostas ao novo que surge – é o Paradoxo de Aquiles na prática, que cria a ilusão do atleta alcançando a tartaruga numa corrida hipotética, incompreensível dentro dos parâmetros das superadas matemática e física pré-newtonianas, que desconheciam o cálculo infinitesimal.



terça-feira, 23 de outubro de 2018

O crime e a conspiração estão no DNA do PT


Boa parte do sucesso numa guerra está no conhecimento que temos do inimigo. Em mais de três décadas foi possível conhecer o Partido dos Trabalhadores e seu modus operandi de organização criminosa, com soldados obedientes e disciplinados, comandados por um líder encarcerado, que tudo trama para se livrar da prisão e voltar a praticar seus delitos. Temos assim, antes de tudo um partido de dissimulados, que não tem limites para alcançar seus objetivos, pois, pelo que descortina a operação Lava Jato, o comportamento do PT, o conjunto da obra, vai muito além do desrespeito à civilidade e descamba para o banditismo.

Não, leitor, leitora, não há exagero nessa conclusão, caso contrário, como se explicariam os seus membros acusados, condenados e presos pela Justiça Brasileira?

Nessas três décadas, enquanto a súcia enganava o povo com suas bolsas cala-boca e discursos ilusório de prosperidade, ela corrompia as instituições. Essa corja pilhava o Estado, em operações que, conforme são descobertas e reveladas, fazem corar qualquer batedor de carteira, dado ao volume das cifras, chegando aos incontáveis bilhões, o qual se constitui no maior escândalo de corrupção já visto neste mundo.

É um partido-quadrilha sem escrúpulos, em que a máxima do fim a justificar os meios se aplica de forma nua, em todos os seus horrores, monstruosamente, em que se encaixa inclusive crimes de sangue nas suas fileiras, nunca explicados a contento, como por exemplo, do ex-prefeito Celso Daniel e a morte de testemunhas em circunstâncias para lá de estranhas, à moda e maneira dos mafiosos. O fundo de tudo isso passa pelo dinheiro e poder. Some-se ainda, em nossos dias, o firme propósito da quadrilha em libertar, custe o que custar, o seu líder que se vitimiza constantemente como um injustiçado no cárcere.

O que está no campo de batalha não é apenas uma disputa ideológica, é uma disputa em que quadrilheiros reivindicam aquilo que julgam de seu direito - continuar o crime e eliminar todos aqueles que se coloquem contra seus planos ainda inacabados, porque foram apanhados no meio do caminho delituoso que trilhavam e é preciso terminar o serviço, até que o brasileiro esvaia-se em suor para alimentar toda a ganância delitiva.

Criminosos não têm honra e desprezam a ética. Jogar sujo para essa gente é regra, não é exceção.
Temos um teatro de operações minado - eis o fato. Há de se ficar atento a todo modo de agir do inimigo desesperado diante da perspectiva do fim. Eles agem nas trevas, tramam na escuridão e não se importam com nada além de seus condenáveis objetivos. 

O cidadão livre incomoda os degenerados do PT e PSol, que defendem bandidos

Pássaros criados presos amam suas gaiolas, porque não sabem voar. É assim que devemos entender a reação de pequena parte da população br...